quinta-feira, 16 de abril de 2009

Sem solução


Por vezes somos colocados em situações que não têm solução e às quais somos completamente alheios. Num qualquer jantar por vezes a pessoa imediatamente à nossa frente fica com comida entre os dentes (couve, alface, espinafre, ...), causando-nos um embaraço social enorme. Como resolver este impasse sem ser crucificado. A meu ver não há solução a não ser que o "pentelho verde" siga o seu caminho natural no trato digestivo por obra e graça do Espírito Santo. Porque só mesmo um milagre para resolver isto.
A tirada:
- Tens uma cena verde nos dentes. - indicando simultaneamente com o dedo a apontar para a boca.
NÃO RESULTA.
Vamos marcar para sempre a pobre criatura que gosta de salada, já para não falar no polimento dentário a que a vamos sujeitar. Sim, porque aquela língua não terá descanso tão cedo. Ainda por cima vamos ser julgados de insensíveis, com fraco tacto social e provavelmente não seremos convidados para um jantar até à chegada do próximo salvador que livrará toda a humanidade dos seus pecados (incluindo este descuido).
Tentar ignorar é escusado. NÃO RESULTA. Aquele simples vegetal é um íman ocular. Não vamos conseguir tirar de lá os olhos, da mesma maneira que não conseguimos tirar os olhos de uma moeda que tenha caído ao chão. Resultado, não somos capazes de seguir a conversa e a nossa cabeça vai parecer telecomandada, realizando movimentos involuntários.
Limpar os nossos próprios dentes na tentativa de induzir uma resposta involuntária na pessoa à nossa frente, também tem consequências desastrosas. Em primeiro lugar NÃO RESULTA. Depois o barulho asqueroso que fazemos (nhac, tchric, ...) para chamar a atenção vai traduzir-se em comportamentos anti-sociais com a consequente exclusão social, como se fossemos leprosos.
Em cima disto tudo rezem para que o "tapete verde" esteja mesmo preso entre os dentes. Porque se ele estiver solto e de cada vez que a boca se abre ele aparecer num local diferente, como por magia, nada do que disse tem importância pois o nosso corpo ganha vida própria e tudo é involuntário. Somos incapazes de raciocinar, e o mais provável é fazer todas as coisas descritas acima simultaneamente. Neste caso nem o próximo salvador poderá fazer nada por nós. Estamos permanentemente excomungados de jantares sociais e teremos de comer sozinhos para o resto da vida.
Aqueles que já passaram por isto, sabem do que estou a falar. Para quem não está a perceber nada, dêem graças a Deus e vão imediatamente acender uma velinha na igreja mais próxima.
Fiquem bem.

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